quinta-feira, 5 de junho de 2014

A REVOLTA DA VACINA - 1904

A exaltação da modernidade, inspiradas nas ideias gerais dos positivismo, fazia enorme sucesso entre as elites brasileiras. Uma das consequencias deste novo modo de pensar foi o prestígio que os médicos e engenheiros ganharam juntos aos governantes, papel que ate então era quase privilégio dos advogados.

O centro velho do Rio foi demolido para a abertura da avenida central. O problema é que para alargar a avenida várias cortiços foram derrubados, sem que o governo se preocupasse com os desabrigado, que fosse procurar outro lugar para morar, e que não atrapalhassem o progresso.
Havia outra coisa pouco moderna, além dos cortiços: as epidemias. No começo do século XX, a cidade maravilhosa sofria com doenças como a febre amarela, a malária e a varíola. Como eliminá-las? Foi convocada o competente médico sanitarista dr. Oswaldo Cruz, que recomendou extermínios de ratos e mosquitos da cidade. Perfeito, mas o problema é que, e nome da saúde pública e social, os funcionários do governo não tinham dó em subir o morro da favela(onde moravam os pobres) e derrubar os barracos. Em nome da modernidade,  cortiços de centro e barracos do morro derrubados. A tensão social cresceu e explodiu em 1904 quando o governo anunciou que todo mundo teria de tomar vacina contra a varíola.
Naquela época nem os intelectuais sabiam direito o que era uma vacina. Os positivistas ortodoxos, negavam-se a acreditar que a vacina atacasse micróbios.
Durante muitos anos, o Brasil voltaria a sofrer com epidemias de doenças. É interessante que na Europa também aconteceram revoltas  contra a vacinação obrigatória.
Para a mentalidade positivista, os problemas da cidade deveriam ser resolvido de maneira cientifica: com engenheiro e médicos. Como você pode perceber, faltava a dimensão republica da política, ou seja, o livre debate de ideias, o direito de todos de falarem e serem ouvidos.

Nenhum comentário:

Postar um comentário